DEATH NOTE (2017, Netflix)

"Ah, então, o filme do Death Note não é a bosta que estão falando que é, não é uma boa adaptação, mas como filme em si é razoável.
(MARQUES, Bruno Pelisson)

Olha, eu queria sustentar isso ai que eu vinha falando para todo mundo com quem conversei sobre essa adaptação do anime/mangá Death Note que o Netflix fez, mas quanto mais eu penso nesse filme, quanto mais vejo pessoal falando mal dele, mais eu me questiono "será que eu estou errado em ter achado que o filme mesmo com muitos erros, é um filme aceitável? Será? Seria eu um fanboy da Netflix?", mais difícil fica de sustentar essa minha opinião sobre o filme.

Vou tentar não me estender muito sobre o assunto, mas vamos lá, o filme em si não é uma obra prima, tem muitas falhas de roteiro, mas não é muito diferente de outros filmes baixa renda que já vimos por ai, ainda mais quando os personagens protagonistas são adolescentes norte americanos estereotipados dos anos 80/90 com o cdf revoltado que sofre bullying; o atleta fortão que faz o bullying; a líder de torcida mala que se acha a mais importante do mundo, interpretados por atores quase 30tões tentando se passar por esses adolescentes; mas que tentam colocar nos dias de hoje a história, já vimos esses estereótipos em uma infinidade de filmes.

Nesse ponto esse filme acerta em cheio, segue a cartilha certinho, cdf gosta da líder de torcida e vive sofrendo bullying do atleta fortão, ai acha um caderno que diz ter poderes de poder matar quem tiver o nome escrito nele; o cdf descobre que é para valer esse poder; primeira coisa que faz? O mais lógico nesse tipo de filme, mostra para a líder de torcida é claro; a líder de torcida que é uma psicopatinha se apaixona pelo caderno, mas que finge ser pelo cdf bobão; cdf bobão vira em escravoceta e faz tudo o que a líder de torcida psicopata manda; o mais novo casal improvável começa a onda de mortes ao ponto de chamar a atenção do fake Sherlock Holmes; o casal improvável começa a se desentender, briga e ai da merda; o fake Sherlock descobre rapidamente a identidade dos assassinos, mas por ser o inteligente da história, quer confrontar os assassinos e se ferra; a briga do casal aumenta e ai descamba para um tentando matar o outro; o cdf bobão tem um lapso de inteligência e resolve o problema em 5 segundos; fim do filme com uma deixa para a continuação, a diferença dos filmes antigos com adolescentes é que o protagonista não é um herói, mas um vilão.

Com essa trama, muito provavelmente não seria um fracasso nos cinemas, tem muito filme por ai que virou franquia, tem uma história bem mais merda que essa e hoje em dia gera milhões de bilheteria, além de ter mais alguns milhões de fãs, dito isso, vamos ao que interessa e vamos falar agora como um fã de animes, quase um otaku full hate pistola com essa adaptação.

Então, não sei nem se da para chamar de adaptação, acho que é mais um treco em que tenta se basear numa obra boa pra caramba, mas acabou saindo como aquele bonequinho feito na China, que não é o produto original e você comprou no AliExpress, ai vem um treco mal feito, mal copiado e que não era bem como você queria que fosse e muito menos se parece com o bonequinho que tá site, mas é algo que lembra vagamento aquilo que você queria ter comprado de verdade, é isso que é o Death Note feito pelo Netflix.

O filme tem uma sequência de erros muito grande, o primeiro erro foi a forma como o Netflix escolheu fazer essa "adaptação", fazer um filme de 1h e 40 min foi a pior escolha possível para levar essa obra para o mercado norte americano, já que não tinham a intenção de fazer uma série de 37 episódios como o anime (que acho que perdeu a mão depois que o L sai da história), que tivessem feito pelo menos 2ou3 filmes, assim dava para diluir mais a história e desenvolver com mais calma os personagens e a trama; segundo erro foi a escolha da dupla que interpretou os dois protagonistas, Nat Wolff como Light Turner e Margaret Qualley como Mia Sutton, o duplinha ruim de serviço; terceiro erro foi na forma que resolveram criar o Light nesse filme, que não é nada engenhoso, meticuloso e frio como a baforada do dragão de gelo de GoT, único momento que lembra o Light do anime é no final do filme, mas ai a merda já estava feita e não convenceu, ah, além de ser um derrotado escravoceta; quarto erro foi dar a personalidade do Light do anime para a Mia Sutton, ou quase a mesma personalidade do Light; quinto erro, não ter adaptado a história de verdade, ter apenas se baseado, dava muito bem para trocar toda a ambientação de Japão para EUA e a etnia dos personagens e ainda ser o Death Note que conheci no anime; o acerto foi na forma que escolheram adaptar o Ryuk, que ficou mais participativo na história e influenciando diretamente a história, e não apenas como um observador no anime, além de terem escolhido o Willem Dafoe para ser a voz do shinigami, fim dos acertos. rsrsrs

Enfim, retiro o que eu tenho dito em conversas com os amigos, esse filme tá todo cagado mesmo, acho que até hoje a única adaptação de uma obra japonesa que é fiel ao material original é mesmo o Ghost In The Shell, que mesmo que não seja igual ao anime (este por sua vez não é igual ao mangá), tem a "alma" da obra em que se baseia, outra adaptação que falam que é bem fiel é aquele filme do Tom Cruise, No Limite do Amanhã, que adapta a história da light novel All You Need Is Kill de Hiroshi Sakurazaka, mas não tenho como concordar com isso porque, ao contrário de Ghost in the Shell, eu não li o mangá e nem sei se tem algum anime baseado na obra. 

Mas se você assina o Netflix e tá com um tempo livre, vai lá e assista o filme e tire as suas conclusões, não vá pelo o que reclamei aqui, pode ser que você goste, pode ser que não, eu adoro Batman vs Superman e muita gente acha o filme uma bosta, já eu acho que ele é melhor que aquela chatice do Capitão América 3: Briga Civil.


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Abraços, se cuidem e boa semana.

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